Transição de gênero: O que é e como ocorre a mudança de sexo

Em busca de respeito e da readequação ao sexo que sente pertencer, a transição de gênero se tornou um assunto muito abordado nos últimos anos, já que este se tornou uma pauta cada vez mais importante de ser discutida. 

Estima-se que existam mais de 4 milhões de pessoas transgêneros e não binárias no Brasil, indicando que de cada 100 pessoas, ao menos 2 não se identificam com seu sexo biológico.

A Transição de gênero ocorre quando uma pessoa não se reconhece no sexo do nascimento e busca tratamentos hormonais e cirúrgicos para modificação do corpo em busca de uma adaptação com o gênero que se sente mais confortável.

Neste artigo, falaremos sobre o que é transição de gênero, como ocorre em ambos os gêneros, por que muitas pessoas optam por essa mudança e como a sociedade deve agir para respeitar a diversidade sexual.   

O que é Transição de gênero?

A transexualidade sempre existiu, mas passou a ser mais falada na última década, principalmente pelas muitas leis e mudança da sociedade em busca de mais reconhecimento e respeito das pessoas transexuais e LGBTs em geral. 

Antes de explicar o que é transição de gênero, é importante exemplificar o que é transexualidade e orientação sexual. 

A transexualidade é quando uma pessoa não se identifica com o gênero de seu nascimento. A transição de gênero é o processo que essa pessoa passa para se adequar ao gênero que ela se identifica.

Para deixar mais claro: a transexualidade é uma pessoa nascer no gênero feminino e se identificar como masculino e a transição é a adaptação dessa mulher ao gênero masculino que se reconhece. 

Já a orientação sexual é a escolha afetivo-sexual da pessoa e independente, inclusive, de seu gênero. Ela pode ser heterossexual, bissexual ou homossexual. 

Compreendendo esses pontos, fica mais fácil entender como acontece a transição de gênero em pessoas trans. 

Por que algumas pessoas fazem a transição de gênero?

Não existe uma explicação plausível científica que comprove o porquê de uma pessoa nascer transexual.

Alguns estudos afirmam que pode haver uma questão biológica relacionada. Já outras teses falam de influências ambientais e sociais, porém, não existe uma definição exata.

No passado, e até pouco mais de 20 e 30 anos, se cria que os transexuais tinham doenças mentais e transtornos psicológicos, inclusive, considerando a transexualidade como patologia. 

Mas os estudos e pesquisas mostraram que não há qualquer comprovação desse fato, já que as pessoas transexuais são indivíduos saudáveis e ativos na sociedade, derrubando a tese de doença mental. 

Portanto, hoje entende-se que uma pessoa nascer transexual é uma condição do nascimento e como qualquer ser humano necessita de respeito para ser e viver como realmente é. 

Como é feita a transição em ambos os gêneros?

Pessoas transexuais, em geral, percebem que não se identificam com seu sexo biológico na infância e muitos passam por bullying durante a adolescência até ter condições de buscar uma transição para o gênero oposto. 

O Brasil possui leis que facilitam a transição do gênero em ambos os sexos a partir dos 16 com a administração da hormonioterapia e acima dos 18 a cirurgia de redesignação sexual. 

Os seres humanos possuem 2 hormônios que diferenciam homens e mulheres biologicamente: o estrogênio, produzido nos ovários e a testosterona que é produzido nos testículos.

Tanto homens como mulheres produzem uma pequena quantidade dos hormônios opostos, porém, em baixa quantidade em relação ao hormônio relacionado ao seu sexo biológico.

Para que haja a transição, o médico endocrinologista, especialista no sistema endócrino, faz uma bateria de exames até determinar a saúde da pessoa e a possibilidade do tratamento.

A partir daí, inicia o processo de transição. Na hormonioterapia usa-se medicamentos que bloqueiam o avanço hormonal do sexo biológico e aumenta o hormônio do sexo oposto. 

Assim, mulheres que pretendem transicionar para o sexo masculino, devem bloquear a ação do estrogênio e aumentar o uso da testosterona, enquanto nos homens ocorre exatamente o contrário. 

Após o sucesso da transição de gênero hormonal, a pessoa pode decidir pela cirurgia de redesignação sexual. 

Isso significa que mesmo que a pessoa opte apenas pela hormonioterapia, ela continua sendo considerada transsexual e não apenas pessoas que fizeram a cirurgia como se acreditava antigamente. 

Na cirurgia, características sexuais são modificadas no corpo da pessoa como a retirada do pênis e testículos nos homens e do útero e ovários nas mulheres. 

Além disso, é feita a reconstrução de uma vagina e de um pênis, dando ao transexual uma identificação mais realista com o gênero ao qual se reconhece. 

Qual o papel da sociedade na decisão pela transição de gênero e posição aos LGBTQI+?

Respeito. Infelizmente, sabemos que a sociedade ainda está se modificando e aprendendo a perceber que a transição de gênero existe e deve ser respeitada.

Os transexuais são pessoas, antes de serem definidos por um gênero, e alguns, como os não binários, nem assim podem ser definidos e não devem ser discriminados. 

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